CRISE NO SERVIR: FARMACÊUTICOS DO TOCANTINS DENUNCIAM COLAPSO EM PLANO DE SAÚDE ESSENCIAL

Uma grave crise assola o plano de saúde SERVIR, oferecido pelo Governo do Estado do Tocantins, deixando mais de 200 farmacêuticos e outros servidores da saúde em uma situação de vulnerabilidade e indignação que se agrava a cada dia. Apesar de terem um desconto mensal em seus contracheques, um valor significativo que representa uma parcela considerável do orçamento familiar, esses profissionais se veem impedidos de acessar serviços básicos e essenciais de saúde.

O cenário é de descredenciamento massivo de prestadores, filas de espera que ultrapassam os três meses e a completa ausência de opções para tratamentos urgentes, transformando o direito à saúde em uma promessa vazia.

O problema, que já era uma preocupação recorrente e motivo de inúmeras reclamações, atingiu um ponto crítico e alarmante desde o início de 2025. A cada dia, relatos de farmacêuticos que buscam atendimento médico se acumulam no Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Tocantins (SINDIFATO), todos convergindo para a mesma realidade: a dificuldade em agendar consultas e procedimentos é não apenas frustrante, mas perigosa para a saúde dos beneficiários.

Muitos servidores, como um farmacêutico que necessita urgentemente de uma consulta com um endocrinologista para acompanhamento de uma condição crônica, se deparam com a inexistência de profissionais credenciados na rede em todo o estado, ou com prazos de agendamento que, quando existem, superam os 90 dias. Essa espera prolongada não apenas compromete o tratamento adequado, mas também gera ansiedade e agrava quadros clínicos que poderiam ser facilmente controlados com acesso rápido e eficiente à saúde.

A raiz do colapso, segundo as denúncias e a análise do SINDIFATO, reside na flagrante falta de regularidade e transparência nos pagamentos por parte do governo aos prestadores de serviço. Essa inadimplência crônica tem levado a um êxodo sem precedentes de clínicas, laboratórios, hospitais e médicos especialistas da rede credenciada do SERVIR. Sem receber pelos serviços prestados, esses profissionais e instituições são forçados a descredenciar-se, deixando os mais de 200 farmacêuticos e centenas de outros servidores públicos e dependentes à mercê da própria sorte, sem opções de atendimento e com o sentimento de estarem sendo lesados em um direito fundamental.

Diante deste cenário insustentável, o Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Tocantins (SINDIFATO) manifesta sua profunda preocupação. “O grande problema identificado é pagar por um plano de saúde que não está funcionando a contento”, afirma a diretoria do SINDIFATO. “Os descontos são feitos na folha de pagamento, não existe justificativa para a demora do pagamento de prestador de serviço. Exatamente pela ausência de pagamento que muitos profissionais resolveram deixar de atender pelo SERVIR”, completa a declaração, ressaltando a incoerência de um sistema que cobra sem entregar o serviço prometido.

A ineficiência e os problemas de gestão do plano SERVIR não são, infelizmente, um fenômeno recente. A problemática tem sido uma constante em diversas gestões governamentais anteriores, com a rotatividade de governadores e secretários contribuindo para a falta de continuidade nas políticas públicas e o aprofundamento das soluções. A cada mudança de comando, a esperança de melhorias se renova entre os servidores, mas a realidade tem demonstrado um agravamento progressivo da situação. A falta de um planejamento estratégico de longo prazo e a descontinuidade administrativa têm impedido a construção de um sistema de saúde suplementar robusto e confiável, culminando na crise atual que afeta diretamente a saúde, o bem-estar e a segurança dos servidores públicos do Tocantins.

Em resposta a essa situação crítica, o SINDIFATO não ficará inerte. A entidade sindical protocolará um ofício formal junto ao Secretário de Administração do Estado do Tocantins na próxima sexta-feira, 6 de dezembro de 2025. O documento requererá providências urgentes e efetivas para a quitação dos débitos acumulados com os prestadores de serviço. O objetivo primordial é garantir a regularização do plano de saúde SERVIR, permitindo que os profissionais de saúde voltem a integrar a rede credenciada e, assim, restabeleçam o acesso dos farmacêuticos e demais servidores aos serviços de saúde que lhes são de direito e que são religiosamente descontados de seus salários.

O SINDIFATO reitera seu compromisso inabalável com a defesa intransigente dos direitos de seus filiados e convoca, com urgência, todos os farmacêuticos do Tocantins que estejam enfrentando dificuldades com o plano SERVIR a denunciarem seus casos específicos ao sindicato. Cada relato é crucial para fortalecer a base de evidências e municiar a entidade na sua luta. A união e a mobilização da categoria são fundamentais para pressionar o governo a cumprir com suas obrigações e garantir um serviço de saúde digno, eficiente e, acima de tudo, acessível. O sindicato está de portas abertas para acolher as denúncias, oferecer suporte e fortalecer a luta por um SERVIR que realmente sirva aos seus beneficiários, e não apenas gere descontos em contracheques sem a devida contrapartida.

Fonte: Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Tocantins. SINDIFATO.

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