Por mais de duas décadas, o sindicato dos farmacêuticos e outros profissionais de saúde têm levantado questões sobre a eficácia da terceirização da saúde no estado do Tocantins. Com uma rotatividade significativa de empresas terceirizadas, conforme evidenciado nos registros do Diário Oficial, muitos começam a se perguntar se essa prática realmente oferece o melhor retorno para o investimento do Estado e para a qualidade da assistência à saúde da população.
Empresas terceirizadas têm consistentemente falhado em fornecer um serviço de qualidade. As reclamações vão desde a falta de medicamentos e insumos até a falta de pessoal qualificado para prestar atendimento adequado. Esses lapsos não só colocam em risco a saúde pública, mas também questionam o valor do dinheiro gasto pelo Estado com terceirizações, que chega a somar milhões de reais por mês.
A contratação de servidores públicos por meio de concursos poderia ser uma alternativa mais estável e eficaz para garantir a qualidade da assistência à saúde. Profissionais altamente treinados e comprometidos com uma carreira no serviço público podem oferecer uma qualidade de serviço consistentemente mais alta. Eles também podem desenvolver um conhecimento institucional valioso que contribui para melhorias de longo prazo no sistema de saúde.
Um argumento recorrente a favor da terceirização é que ela pode ser mais eficiente em termos de custos. No entanto, as evidências sugerem que, pelo menos no caso do Tocantins, a terceirização não tem conseguido fornecer uma gestão eficiente dos recursos. Diante desses fatores, torna-se crucial questionar se o dinheiro gasto em contratos de terceirização não seria mais bem investido na construção e manutenção de uma força de trabalho estável e qualificada dentro do próprio Estado.
A saúde é uma das áreas mais críticas de responsabilidade do Estado, e a incapacidade de fornecer serviços de saúde de qualidade adequada pode ter consequências devastadoras para o bem-estar da população. A questão, portanto, é se terceirizar essa responsabilidade é, de fato, a melhor forma de cumprir esse dever essencial.
Com falhas frequentes e custos questionáveis, o atual modelo de terceirização da saúde no Tocantins parece longe de ser a melhor opção. Chegou o momento de considerar seriamente alternativas, incluindo o reforço da infraestrutura do Estado e o investimento em pessoal qualificado por meio de concursos públicos. É hora de o governo reavaliar essa estratégia e considerar assumir diretamente a responsabilidade que sempre deveria ter sido sua: o cuidado com a saúde de sua população.
Fonte: Sindicato dos Farmacêuticos.